CAVERNOMA
- DRA. LUCIANA SELVAGGI
- 15 de nov. de 2017
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Imagens de Tomografia computadorizada no plano axial (fig. A) e Ressonância magnética no planos axial nas ponderações FLAIR (fig. B) e T1 (fig. D), e no plano coronal na ponderação T2 (fig. C).
TC: Lesão bem delimitada espontaneamente hiperatenuante no lobo parietal esquerdo.
RM: Imagem ovalada, bem delimitada, medindo 1,2 cm no maior diâmetro, heterogênea, com focos de hipersinal no T1/T2 (metemoglobina) e com halo hipointenso em T2/FLAIR (hemossiderina), localizada no lobo parietal E. Não há edema em volta da lesão, nem efeito de massa. O conjunto de achados sugere a hipótese de cavernoma.
DIAGNÓSTICO
Imagem. A lesão típica é bem visualizada apenas em ressonância magnética (RM). Consiste em um foco bem definido de pequenos vasos ou nidus, circundado por uma orla de parênquima nervoso hemossiderótico (que dá ausência de sinal em T2). A seqüência com gradiente eco é especialmente adequada, porque nesta a hemossiderina aparece fortemente negra e aumenta a sensibilidade para detectar lesões menores. Em T1, pode assumir o clássico aspecto em pipoca, alternando áreas de hipersinal (relacionadas à metemoglobina de trombos recentes), com áreas de hipossinal pela hemossiderina. Algumas lesões podem calcificar.
Topografia. Cavernomas ocorrem em qualquer lugar do cérebro, frequentemente superficiais, envolvendo córtex, substância branca e meninges. Podem ser observados em estruturas profundas, como núcleos da base, tálamo, hipotálamo e tronco cerebral. Podem ser múltiplos.
DEFINIÇÃO
São malformações vasculares não arteriais, usualmente em adultos, mas podem ocorrer também em crianças. Podem ficar assintomáticas muitos anos e ser descobertas incidentalmente em estudos de imagem por outros motivos.
Podem manifestar-se por hemorragias, freqüentemente recorrentes, e causar epilepsia (especialmente em lesões que envolvem o córtex cerebral). As duas complicações justificam sua remoção cirúrgica.
QUADRO CLÍNICO
As hemorragias são geralmente menores e menos graves que as das malformações artério-venosas (MAVs), pois o sangue não está sob pressão arterial. Contudo, hemorragias repetidas vão levando a alterações neurológicas progressivas ou epilepsia intratável. Cavernomas em tronco cerebral podem causar déficits multissistemáticos ao comprometer diversas vias e núcleos de nervos cranianos.
Prognóstico. A freqüência do sangramento inicial é estimada em 1% por lesão por ano. Após o primeiro icto, a frequência de ressangramento aumenta consideravelmente para 2,6 a 13% por paciente ano, esta diferença refletindo o número variável de lesões por paciente. Fatores predisponentes incluem sexo feminino, gravidez, formas múltiplas ou familiares, e irradiação ou hemorragia prévias.